Vivo dizendo que não sei se todos os pais tem o mesmo amor pelos seus filhos. Imagino que não. No grau do amor maior ou menor, incidem elementos de formação moral, estruturais e conjunturais, valores religiosos, origem social, dentre outros múltiplos fatores interdisciplinares.
Desde que minha filhinha nasceu, experimentei a vivência de um grande e potente amor. E esse foi se consolidando e se potencializando na medida em que Nina crescia, com suas graças, suas travessuras e suas alegrias que povoavam minha vida de felicidade.
Não sei definir a origem de tanto amor que sinto pela minha filha.
Mas sei definir a origem do ódio das pessoas que destruíram minha casa, afastaram-me dela, derrubaram-me na vida, impuseram a ela um sofrimento sem precedentes.
Vivo pagando, a todo momento, o preço de não negar meu amor pela minha filhinha. E sei que o custo é alto e mesmo assim não abrirei mão de nada, enquanto eu for vivo, está instada à resistência, nada me fará mudar.
Dentro dessa concepção de resistência paterna consciente, pois eu estava em minha casa, cuidando da minha filha, quando uma irresponsável hecatombe destruiu tudo.
Procuro não demonstrar minha dor, mas vivo uma tristeza enlouquecedora, pois – como advogado – fico estarrecido como se perpetuam mentiras e como se injetam calúnias nas vidas das pessoas.
Perdoem-me todos. Isso tudo é horrível e insuportável para o meu padrão de amor pela minha filha.