Por que a taxa de mortalidade da COVID-19 é mais baixa na Alemanha?

FONTE – SPUTNIK/VOZ DA RÚSSIA

Especialistas explicam por que a taxa de mortalidade em decorrência do coronavírus na Alemanha é inferior à de outros países europeus.

Nas últimas semanas, o número de casos do novo coronavírus na Alemanha cresceu rapidamente, atingindo 34.009 casos, tornando-se o 5º país mais afetado do mundo, atrás somente de China, Itália, EUA e Espanha.

Mas a taxa de mortalidade desses países varia de maneira significativa. De acordo com dados compilados pela Universidade John Hopkins (EUA), a taxa de mortalidade na Itália é de 9,5%, e na França é de 4,3%, enquanto na Alemanha é de somente 0,4%.

O principal motivo para a baixa mortalidade foi, de acordo com especialistas, a resposta das autoridades alemãs no início da propagação do vírus no país. Neste primeiro estágio, a Alemanha focou em identificar, testar e conter epicentros de propagação.

Uma vez que o país optou por testar não só os casos mais óbvios de COVID-19, como aqueles com sintomas graves ou pacientes de alto risco, a Alemanha tem dados mais precisos sobre a real situação epidemiológica do paísreportou o The Washington Post.

“No início tínhamos relativamente poucos casos. No tocante à identificação e ao isolamento, fizemos um bom trabalho na Alemanha”, declarou Reinhard Busse, diretor do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Tecnologia de Berlim.

Nesta primeira fase, o país identificou epicentros de propagação do vírus de maneira meticulosa. Quando um caso era confirmado, a Alemanha aplicava métodos de rastreamento de contatos para identificar pessoas que entraram em contato com os pacientes e impôs quarentena a todas elas. Essa medida permitiu a quebra de cadeias de transmissão do vírus.

Shopping vazio na cidade alemã de Leverkusen, 20 de março de 2020

© REUTERS / THILO SCHMUELGENShopping vazio na cidade alemã de Leverkusen, 25 de março de 2020

Além disso, o epidemiologista e parlamentar alemão Karl Lauterbach notou que muitos casos na Alemanha foram identificados em pacientes relativamente jovens, “pessoas que voltavam das férias”.

Os mais jovens reagem melhor à COVID-19 e têm maiores chances de superá-la. Na Itália, em contrapartida, a propagação afetou em grande parte a população idosa, mais vulnerável ao novo coronavírus.

Para Lauterbach, a taxa de mortalidade alemã deve aumentar, conforme o coronavírus se propaga para outros segmentos sociais.

O virologista do hospital Charité de Berlim está “absolutamente convencido” de que a alta capacidade de diagnóstico da Alemanha “nos deu uma enorme vantagem […] no diagnóstico da epidemia”.

Mas ele sugere cautela, uma vez que a taxa de mortalidade provavelmente irá aumentar: “Não somos nenhuma exceção.”

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Mais de 15 países querem remédio cubano que ajudou China a conter COVID-19

Cuba recebeu solicitação de mais de 15 países para a compra do medicamento Interferon Alfa 2B, utilizado pela China no combate ao novo coronavírus.

O embaixador de Cuba em Moscou, Gerardo Peñalver, informou que Havana recebeu pedidos de mais de 15 países para adquirir a droga Interferon Alfa 2B, desenvolvida na ilha.

“Até o dia de hoje recebemos pedidos de mais de 15 países para comprar o medicamento, o que é um reconhecimento do desenvolvimento biotecnológico do nosso país”, declarou o embaixador.

Peñalver lembrou que o medicamento foi utilizado com êxito na China para conter a pandemia do novo coronavírus.

O Interferon Alfa 2B é um medicamento recombinante com ação antiviral desenvolvido e produzido em Cuba.(Sputnik Brasil)

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Os dois lados do discurso presidencial

O discurso do Presidente Bolsonaro, nessa noite, foi alvo de muitas críticas, elogios e dividiu opiniões. Ao abrandar o impacto da crise do coronavírus, associa seu futuro ao futuro da pandemia. Não tem outros caminhos. Se a crise realmente não impactar como o presidente, seus aliados próximos, família, o próprio Olavo de Carvalho, sustentam, sairá fortalecido, afinal passou a imagem de tranquilidade, combateu o alarmismo e a assim chamada histeria.

Contudo, se a pandemia avançar em território nacional e continuar fazendo estragos, tragando vidas e expondo a fragilidade do sistema de saúde do país, não há a menor dúvida de que o presidente será o grande derrotado e aí o seu futuro se torna imprevisível.

Creio que, nesse momento, existem hipóteses colocadas. Certezas, só nas paixões ideológicas. No Brasil, existe uma politização partidária e ideológica da pandemia. Existe muita gente que pensa como o presidente. Empresários, pastores, gente do povo … Existem muitos contrários, os governadores, partidários do espectro de oposição e setores da imprensa. O caso parece até que virou uma guerra de torcidas.

O tempo é senhor da razão. Bolsonaro pode ter selado seu destino com um pronunciamento desnecessário. Ainda é cedo para saber o que haverá. Mas é certo que o pronunciamento presidencial acendeu paixões sobre a pandemia.

Imprevisibilidade que pode gerar a radicalização de ambos os lados.

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