*JÚLIO PRATES
Respeitando Ferdinand Saussure, defino meu título. Desde criança, Páscoa sempre foi o período mais triste de minha vida.
Nas vésperas da Páscoa, sem saber que segunda-feira era feriado, aproveitei o final da tarde para ir no mercado. O bom é que nessas horas não existe movimento, só os bem pobres, como eu, fazem suas compras tardiamente.
Se eu tivesse que voltar a fazer um curso superior, com certeza, me dedicaria a estudar teologia, embora tenha cursado bem recentemente, mas é muito tarde para aprofundar-me. As pessoas mais sábias que conheci, realmente polímatas, quase todos ateus ou agnósticos, são os teólogos não bíblicos. A teologia é um campo muito fértil e complexo.
Sou filho de uma família um pouco desregrada, pois meu pai e minha mãe, nunca se deram bem e nem tenho lembrança de vê-los juntos ou sorrindo.
Até hoje não sei se existe alma ou espírito, embora meu entendimento de que é muito possível que após a morte venha o breu. Estou muito preparado para a morte e não acredito em vida após a morte, mas isso é fruto de muito estudo e muitas reflexões, do marxismo, fui hegeliano desde os 15 anos, passando pelos autores de filosofia que li, franceses, alemães, russos, judeus, até as correntes epistemológicas das ciências sociais: Marx. Durkheim, Weber; cientistas políticos, Norman Finkelstein (que fez eu quebrar meu rancor contra a produção norte-americana, François Châtelet e Évelyne Piser-Kouchner. com o clássico CONCEPÇÕES POLÍTICAS DO SÉCULO XX; campos epistemológicos do Direito (positivismo, jusnaturalismo e teoria dialética do direito), e finalmente, a teologia descoberta tardiamente, pois sempre fui contra a teologia bíblica, mas era o que eu conhecia. É claro, li quase todos os ocultistas de renome mundial, embora o esperantista Waldomiro Lorenz tenha morrido aqui bem pertinho de nós.
Eu fiquei muitos anos, certamente, décadas, estudando ciências sociais e só a partir daí foi que ingressei no direito, embora eu não considere o Direito como ciência e sim como ideologia. Isso ninguém me tira da cabeça.
Por ter sido um desastre como filho, desde cedo forjei a consciência de que nunca queria ser pai. Minhas razões são facilmente assimiláveis por quem conheceu a falta de harmonia que eu vivia em minha casa. Aos 14 anos de idade fui morar numa pensão devido a incompatibilidade que vivíamos dentro de casa.
Voltei aos poucos, mas sempre morando noutras casas, passando o natal e meu aniversário sempre com outras pessoas. Até hoje não entendo o que meus pais tinham um contra o outro, mas, enfim, a gente vai se adaptando a vida que a gente tem.
Por ter bastante clareza sobre o inferno que é uma casa desajustada, tive uma intenção bem clara: nunca ser pai e nem deixar filhos no mundo.
A Nina, a rigor, não foi planejada, diria até que foi um incidente, mas bem um incidente, para qualificar meus raciocínios. Contudo, tendo vindo ao mundo, tratei de fazer o melhor por ela e pela mãe dela. E assim vivi até a nossa separação, quando Nina tinha 4 anos. Como tudo tem 2 lados, com a separação descobri um contingente de amigos falsos e amigas falsas, isso foi bom para ver o lado podre da vida e o quanto existem pessoas fingidas, sempre ao nosso redor, mas esperando a oportunidade de nos apunhalar pelas costas, e sempre sugando e tirando proveito.
Mas, enfim, vindo o divórcio, tive que suportar tudo quieto. E só eu sei como suportei as dores de uma separação, os achincalhes, os deboches, a alienação parental. Eu sempre entendi que o judiciário deveria ser imparcial, mas o feminisno é um câncer e liquida com qualquer imparcialidade.
Não sei o porquê, até hoje não sei, quando chegava a Páscoa a mãe de NINA brigava, pegava a NINA (foto) e ía para a casa dos seus pais. Lembro-me bem tudo com detalhes. Algum motivo ela devia ter, vá que um dia eu descubra.
Como eu nunca gostei de Páscoa e sofria muito, passava sempre momentos muito doídos, mas, enfim, passei o que tinha que passar.
Todas as datas comemorativas são objetos de incentivo comercial e industrial. embora a Páscoa não seja tão ardente quanto o Natal.
Mas, para mim, existe um significado, são lembranças de uma vida triste, de tudo desajustado, mas que eu aprendi a conviver. E a entender. Logo entendi que é a sina de cada um de nós.
A última vez que eu vi e falei com minha filha foi dia 12 de dezembro de 2022, mas logo todos entenderão tudo, pois meu livro está pronto e onde conto tudo, com os nomes de todos os participantes desse sacrilégio, o que foi feito com a minha vida, não venham me dizer que eu não sei o que é chicanagem, mas estou me preparando para tudo, pois meus amigos e amigas merecem conhecer a minha versão sobre os fatos, porque até agora apareceu apenas a versão dos vencedores e dos ganhadores. Já lancei livros embaixo de decisões judiciais e sei como será este, mas estou preparando versão digital fora do país ou pelo menos, não alcançadas pelas leis brasileiras, pois eu sei bem a extensão da reação que tudo desencadeará. Eu sempre respondi pelos meus atos e vou seguir assim até minha morte.
Já escrevi, dias atrás, que devido a minha condição de advogado, não pretendo fazer nada enquanto for inscrito na OAB, pelo respeito a instituição que me acolheu, pelos setores lúcidos do poder judiciário, por quem sempre tive profundo respeito e pelo meu respeito as pessoas que serão envolvidas indiretamente, pois todas as pessoas têm famílias, assim como eu tinha a minha quando fizeram tudo para me destruir e não mediram esforços.
Afora a reflexão subjacente, tudo agora são preparativos para a Páscoa e o debate sobre a ressureição de Jesus, ocorrido no terceiro dia após sua crucificação no Calvário, relatado no Novo Testamento da nossa bíblia, com meu respeito aos católicos e evangélicos dos mais diferentes matizes. Sei bem o que é a história do cristianismo a partir de Constantino, o Grande, nos anos 300 DC, até a criação de um Jesus inventado pela cabeça de um pintor renascentista pouco antes do anos 1500. Sinceramente, as pessoas acreditam no que lhes contam e sequer questionam o que é contado. Prefiro os juízos críticos de teólogos agnósticos, que – pelo menos – são sinceros.
Alheio aos festejos da Páscoa, escrevo apenas pela reflexão, especialmente pela minha vida, embora destruída e pelos cacos de sentimentos, nunca deixei de escrever, nem momentos alegres, nem momentos tristes, escrever será minha arte até minha morte.
*Autor de 6 livros todos publicados pela PALLOTTI e GRUPO EDITORIAL FRONTEIRA-OESTE, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registration International Standard Book Number nº 908 225 no Ministério da Cultura do Brasil, desde 17 de abril de 2008, Sociólogo 1983/1987, 90/91, Advogado 1994/2004 e Teólogo 2021/2024. Pós-graduado em Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual 2007/2008, com o livro A LINGUAGEM JURÍDICA NA IMPRENSA ESCRITA e também Pós-graduado em Sociologia Rural, 2000/2001, com o livro O IMPACTO DO MERCOSUL NAS PEQUENAS PROPRIEDADES FAMILIARES DO RIO GRANDE DO SUL ( não editado). Embora santiaguense, até hoje nunca foi convidado para a Feira do Livro de Santiago.