Altman aponta confluência entre nazismo e sionismo após gesto de Musk
BRASIL 247
Jornalista judeu criticou o silêncio das entidades judaicas após o gesto nazista do bilionário.
247 – O jornalista judeu Breno Altman usou as redes sociais nesta terça-feira (21) para criticar o silêncio generalizado de entidades judaicas, que se recusaram a condenar de maneira enfática o gesto nazista feito pelo bilionário de extrema-direita Elon Musk durante um evento realizado após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, ao discursar, Musk bateu com a mão direita sobre o coração, com os dedos bem abertos, depois estendeu o braço direito para fora, enfaticamente, em um ângulo ascendente, com a palma para baixo e os dedos juntos. Em seguida, ele se virou e fez o mesmo gesto com a mão para a multidão atrás dele. Musk foi acusado de promover o nazismo, mas algumas entidades judaicas, como a Liga Anti-Difamação, discordou. Ele rejeitou as críticas ao gesto com a mão como um ataque “desgastado”.
Segundo Altman, o silêncio das entidades sionistas evidencia o que ele chama de “confluências” com a ideologia nazista. Para ele, judaísmo e nazismo não são necessariamente opostos, mas compartilham, na sua visão, o objetivo de estabelecer um Estado baseado em princípios racistas.
“O silêncio de entidades sionistas acerca da saudação hitleriana de Elon Musk simboliza confluência entre nazismo e sionismo. Essas doutrinas nunca foram efetivamente contrapostas. Sionismo não é sobre enfrentar nazismo ou antissemitismo, mas sobre criar um Estado racista judaico“, escreveu Altman na plataforma X.
Após tomar posse, Trump assinou um decreto para criar um grupo consultivo chamado Departamento de Eficiência Governamental com o objetivo de realizar cortes drásticos no governo dos EUA, atraindo ações judiciais imediatas que contestam suas operações.
O grupo — apelidado de “DOGE” — está sendo dirigido por Elon Musk e tem metas grandiosas de eliminar agências federais inteiras e cortar três quartos dos empregos do governo federal.
A cultura woke, o avanço do pensamento de direita no mundo e a naturalização do absurdo
*JÚLIO PRATES
O debate mundial aberto pela saudação do bilionário sul-africano Elon Musk na posse de Trump, ontem, nos EEUU, abriu um debate, onde a saudação foi vista como a mesma usada pelos nazistas na Alemanha.
É claro que ainda devemos esperar pela explicação do bilionário, pois pode sim ser um gesto feito por engano, embora seja difícil ele convencer que desconhecia o gesto. Musk é uma pessoa bem informada e com largo acesso as informações.
Musk deixou um legado bem preocupante devido ao fato de seu filho Xavier Musk, ter trocado de sexo e mudado de nome, passando a ser chamado de Vivian Jenna Wilson. Até aí tudo normal, anormal é conflito gerado entre pai e filha, pois ambos dizem que um está morto para o outro. É claro que Musk encarnou o combate a cultura woke, gíria empregada nos EEUU para combater a liberdade de escolha de políticas liberais, feminismo e ativismo LGBT. Alias, o assunto foi alvo do discurso de Trump, em sua posse, atacando o casamento entre pessoas do mesmo sexo e fazendo apologia ao relacionamento homem e mulher.
Eu, pessoalmente, entendo que as pessoas devem ser livres para escolherem seus parceiros sexuais e/ou parceiras sexuais e escolherem livremente suas opções, sem interferência estatal. Por outro lado, reconheço que o movimento de direita avançou muito no mundo e, agora com Trump, a expressão dessa direita será ainda maior. Não vejo com bons olhos a emergência desse movimento em nível mundial e sei que isso pode ser o prelúdio de um movimento maior e mais grave contra as pessoas que querem apenas viver em paz com sua liberdade de amar e expressão do seu amor.
Entendo que o amor de um pai por um filho ou filha não deve ter restrições de ordem sexual, pois quem ama, ama a pessoa e respeita sua liberdade e seus posicionamentos afetivos. Eu teria vergonha de mim mesmo se não respeitasse a liberdade de escolha de minha filhinha.
O presidente TRUMP tem uma filha, Tiffany, sabidamente gay e ela sempre elogiou o pai em suas manifestações, pois segundo ela, ele sempre a respeitou e a apoiou. É claro, o discurso de TRUMP ontem, deve ter chocado Tiffany, assim como a comunidade homoafetiva nos EEUU e no mundo.
Eu nunca participei de comunidades homoafeticas, mas sempre vi com bons olhos a posição do PT, defendendo a liberdade de escolha das pessoas, sem interferência estatal. e o livre relacionamento de quem quer que seja. Nisso, o PT é altamente coerente e tem meu respeito pela coragem de se contrapor a essa velha ideologia de discriminação e opressão contra as pessoas por suas escolhas sexuais, sejam do sexo que forem, sejam as escolhas que forem.
Agora, encerro meu breve artigo apenas externando minha preocupação com o futuro e um certo receio com o avanço dessa direita radical com posições expressas por TRUMP e MUSK. E vamos ver o que dirá MUSK sobre seu gesto, se foi consciente ou não. Hoje se combatem as pessoas pelo sexo, amanhã as estarão combatendo pela cor da pele, sendo que negros, judeus, ciganos e outras minorais estarão sempre em risco e numa zona minada pelo preconceito e pelas suas escolhas. Precisamos abrir os olhos, pois estamos aceitando, passivamente, a naturalização do absurdo.
*É escritor, autor de 6 livros, jornalista brasileiro registrado no Ministério do Trabalho sob nº 11.175, jornalista com registro internacional nº 908225, Bacharel em Direito, em Sociologia e em Teologia. Pós-graduado em Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual. Também é Pós-graduado em Sociologia Rural.
Elon Musk é acusado de fazer saudação nazista após posse de Trump e gera onda de indignação
BRASIL DE FATO
Gesto do bilionário ultraconservador para apoiadores de Trump está sendo comparado à saudação dos apoiadores de Hitler.
O bilionário de extrema direita Elon Musk, proprietário da rede social X, e das empresas Tesla e Space X, gerou uma onda de indignação após fazer um gesto que remete à saudação nazista para apoiadores de Donald Trump, horas após a posse do republicano na Casa Branca.
O gesto aconteceu após Musk ressaltar que a posse de Trump “marcou um ponto de virada para a civilização humana” e expressar sua empolgação com os planos de pousar uma missão tripulada em Marte durante o segundo mandato de Trump.”Só quero agradecer a vocês por fazerem isso acontecer”, disse o bilionário, antes de bater com a mão direita no peito, com os dedos abertos, e estender o braço direito em uma diagonal para cima, com os dedos juntos e a palma da mão voltada para baixo.
A Liga Anti-Difamação (ADL), que faz campanha contra o antissemitismo, define a saudação nazista como “levantar o braço direito estendido com a palma da mão para baixo”.
“Começo a me perguntar se alguém nessa nova administração, se alguém no universo Maga [sigla para Make America Great Again – Faça a América Grande de Novo] já pegou um livro de história”, disse a jornalista estadunidense Anne Bagamery à France 24, reagindo ao fato de Musk oferecer aos apoiadores de Trump o que parecia ser uma saudação nazista enquanto ele fazia seu discurso.
O jornal israelense Haaretz descreveu Musk fazendo “uma saudação romana, uma saudação fascista mais comumente associada à Alemanha nazista”.
Conforme descrito pela ADL, na Alemanha, entre 1933 e 1945, a saudação dos seguidores de Adolf Hitler “era frequentemente acompanhada de cânticos ou gritos de ‘Heil Hitler’ ou ‘Sieg Heil’. Desde a Segunda Guerra Mundial, os neonazistas e outros supremacistas brancos continuaram a usar a saudação, tornando-a o sinal de mão supremacista branco mais comum no mundo”.
Em uma declaração publicada em suas mídias sociais nesta segunda, a ADL disse: “Este é um momento delicado. É um novo dia e, ainda assim, muitos estão nervosos. Nossa política está inflamada, e a mídia social só aumenta a ansiedade”.
“Parece que Elon Musk fez um gesto estranho em um momento de entusiasmo, não uma saudação nazista, mas, novamente, entendemos que as pessoas estão nervosas. Neste momento, todos os lados devem se dar um pouco de graça, talvez até mesmo o benefício da dúvida, e respirar fundo. Este é um novo começo. Vamos torcer pela cura e trabalhar pela unidade nos próximos meses e anos.”
Musk fez diversas contribuições para Trump desde sua campanha presidencial. O valor total que o empresário sul-africano naturalizado estadunidense gastou com o republicano foi de U$ 250 milhões (cerca de R$1,5 bilhão).
Em troca, Trump prometeu um cargo em seu governo. Musk comandará, ao lado de outro bilionário, Vivek Ramaswamy, o Departamento de Eficiência Governamental.
*Com Guardian, The Independent e France 24.