Sutilezas, do PP ao PDT

O debate entre as oposições em Santiago não avança. Há um polo claramente ideológico e bem fundamentado com o Doutor Paulo Rosado; existe uma movimentação mais ao centro com o ex-deputado Bianchini e com Guilherme Bonotto; existe o fator Litiere Brum, colocado, muito embora – pessoalmente – eu acredite que o programa A VOZ DO CAMPO NA TV obrigará Marcelo Brum e sua esposa a residirem em Porto Alegre. Se isso se concretizar, ficará em enorme lacuna na política regional.

Por outro lado, é notória a base que Marcelo está firmando na região metropolitana. Esse final de semana vem ao Estado e vai ao litoral gravar o programa e participa da Santa Ceia com a Assembléia de Deus, em Guaíba, 5 mil membros, onde está com uma consolidada aliança.

Passei a tarde em Unistalda, hoje, Os trabalhistas estão um certo divididos com relação a coligação com o PP.

Como eu gosto de prender-me às sutilezas, ontem, estive em evento na câmara de vereadores do Capão do Cipó. As paixões trabalhistas pelo ex-prefeito Meneghini estão afloradas nos discursos, só não nota quem não quer. No meio do impasse com o grupo dos Rosados, que controlam o PMDB, não é descartado a ida do ex-prefeito Alcides, candidato em 2020 a prefeito, em direção ao PDT.

Também, ontem, notei claramente que Tiago Lacerda não dorme no ponto. Está em franca campanha pela região, sequer se preocupa com sua reeleição a prefeito em 2020. É claro, a bola fica picando para o hábil Paulo Rosado, que dominará os debates. Mas, o PP temum plano mais amplo, que é Heinze ao governo do Estado e Tiago para deputado federal em 2022.

O impossível pode estar sendo concebido na convenção do PP do ano que vem. Júlio Ruivo pode – sim – sair de vice de Tiago, que, em tese, fica apenas um ano de dois meses no governo e renuncia para se jogar na campanha de deputado federal. Ruivo fica na prefeitura em qualquer hipótese, se eleja Tiago ou não. Outra sutileza que captei ontem. Para o meu prezado amigo Júlio Ruivo, é um grande negócio.

Ex-procurador alerta: “Nunca mais nenhum político correrá o risco de ser gravado ou filmado recebendo propina”

Fonte / Jornal da Cidade On line

Ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima alerta: “Nunca mais nenhum político correrá o risco de ser gravado ou filmado recebendo propina”

O fim da gravação ambiental entrou e passou no pacote anti-crime. Com isso, o Ministério Público não poderá mais usar gravações como meio de prova.

CONTROVÉRSIAS

Há controvérsias, se o Presidente vetará ou não este trecho do pacote; há quem sustente que esse trecho foi negociado como parte da aprovação do pacote. Veremos, pois o próprio Presidente Bolsonaro foi vítima de uma gravação, sem que ele soubesse que estava sendo gravado por um ex-ministro seu.

A morte e o isolamento na pós-modernidade

Tempos atrás, fui visitar um amigo, um velho amigo. Ele perdeu a esposa. Os filhos, todos moram fora do Estado.

Sozinho, com dificuldades para caminhar, coluna problemática, assolado pelos anos, pela vida e pelo tempo.

Ficou feliz com minha visita. Contou-me que quase ninguém o visita. Realista, mostrou-me a pistola que mantém ao lado. Sozinho e isolado, falou-me que tentará resistir enquanto der. Eu entendi o recado. Recordei de obra monumental de Akira Kurosawa: Balada de Narayama. Uma das melhores produções cinematográficas que conheci.

Fiquei chocado, embora saiba bem da realidade dos dias atuais. A pós-modernidade científica e tecnológica avançou muito na robótica, telemática, mas não conseguiu resolver o problema básico do ser humano. Esse meu amigo é de um bom padrão de vida, não lhe faltam recursos. Seu drama é a solidão, é enfrentar as horas e esperar a morte. Ou antecipá-la, o que me parece ser o seu desejo.

Mais uma vez emerge a importância da família, dos laços, da origem do isolamento, das dores e dos dramas, dramas que – muitas vezes – a dinâmica social não nos permite sequer compreender.

A humanidade evolui e trás embutida em sua evolução – pari passu – também a sua involução.

Se fosse no Japão de medievais tradições, como na versão de Akira, ele “subiria” vivo aos montes, para ser devorado pelos abutres. Não sei se subirá o Obelisco ou se será carregado em plagas distantes. Qualquer que seja a hipótese, entre o realismo fantástico e o surrealismo, aflora mesmo é a crua realidade da dor das pessoas que – sozinhas – vivem dramas seculares.