Análise da Pesquisa RBS, IPEC, divulgada agora a noite para governo e senado

Sem grandes teorizações, o resultado é este:

GOVERNO 

  • Eduardo Leite (PSDB) – 32%
  • Onyx Lorenzoni (PL) – 19%
  • Edegar Pretto (PT) – 7%
  • Luis Carlos Heinze (PP) – 6%
  • Vieira da Cunha (PDT) – 3%
  • Rejane de Oliveira (PSTU) – 2%
  • Roberto Argenta (PSC) – 2%
  • Vicente Bogo (PSB) – 1%
  • Ricardo Jobim (Novo) – 1%
  • Paulo Roberto (PCO) – 1%
  • Carlos Messalla (PCB) – 0%
  • Branco/ Nulo – 12%
  • Não sabe/ Não respondeu – 14%

SENADO

1º – Olívio Dutra – 25%

2º – Ana Amélia – 23%

3º – Mourão – 16%

4º – Nádia – 2%

Comentando

A campanha eleitoral parece mesmo definida no Rio Grande do Sul. O bolsonarismo está em baixa, seja pela votação de Ônix, seja pela baixíssima intenção de votos de Heinze. A tal comandante Nádia, com 2%, é um desastre ao senado, onde Olívio Dutra, recém lançado, lidera a corrida.

Eu não conheço essa comandante. Apenas ouvi seu discurso na convenção. Fiquei impressionado pelo radicalismo, defendendo a opressão ainda maior contra os presos, como se as condições carcerárias gaúchas fossem humanizadas e ressocializantes. O tom do seu discurso é amargo, feroz, violento, e isso espantou até as pessoas que estavam próximas a mim. Não sei de onde que tiraram que essa senhora teria liderança para disputar com o mesmo espectro de Mourão e de Ana Amélia. O resultado das intenções de votos não me surpreendem.

Outra constatação é que o público petista que vota em Olívio Dutra não suporta a arrogância de Edegar Preto, isso ficou visível no debate da Band e a pesquisa de hoje corrobora isso. Os petistas votam em Olívio, mas não votam em Preto. Isso é visível, era visivel, só a teimosia da burocracia petista que insistiu nesse desastre previsível. Beto era o nome para unir a esquerda, ou até Manuela.

As conclusões óbvias:

1 – Adegar Preto não agrega, é sectário, divisionista, radical demais e não convence ninguém.

2 – Oívio Dutra é maior que o PT e seu nome é quase uma unanimidade. O público gaúcho não fez a associação que os burocratas do PT sonharam.

3 – A coligação PP/PTB é um desastre. A vice Tanise não agrega as mulheres e nem tem influência nas regiões metropolitanas. Houve uma péssima leitura dos teóricos desses partidos.

4 – Péssima leitura, da mesma forma, foi imaginarem que a comandante Nádia, defendendo a opressão no meio evangélico, teria algum êxito. É mais um eixo na sucessão de desastres.

5 – Eduardo Leite é honesto, limpo, um cara na dele, e o povo gaúcho gostou do seu estilo. É anti-bolsonarista assumido e Ônix vai sofrer no segundo turno, pois os petistas e trabalhistas  e todo o espectro de esquerda e centro-esquerda gaúcho votarão em Eduardo no segundo turno. Ônix, no máximo, pega alguma coisa do eleitorado de Heinze. Eduardo ganhará fácil, exceto alguma bomba atômica.

Julgamento do Prefeito Froner será dia 22

Está marcado para o dia 22, no TRE, o julgamento dos recursos que envolvem o prefeito de Capão do Cipó, senhor Osvaldo Froner.

Serão duas ações eleitorais procedentes da justiça eleitoral a quo de Santiago.

Estou em espírito de oração.

Odi et amo

O poeta romano Catulo, numa de suas odes, produziu essa magnífica expressão. Traduzindo, quer dizer: odeio e amo. Aparentemente, há um desacerto e a primeira vista as pessoas, que são movidas por raciocínios mecânicos, não aceitam a possibilidade possível dessa dicotomia. Nossas almas, no entanto, são eivadas dessas contradições, afinal, amamos e odiamos numa mesma dimensão temporal. Contudo, raramente admitimos a coabitação desses sentimentos.


Eu odeio e amo muitas coisas, amo outras tantas e odeio outras. Não prevalece em mim só o amor ou só o ódio, prevalece em mim o misto dicotômico.


E não estou me referindo a amor inter-sexual, que é o suposto amor que une um homem e uma mulher ou duas mulheres e/ou dois homens, embora nessas uniões conjugais também esteja presente os extremos.


O exemplo, a rigor, sintetiza os dramas que habitam nossas almas. Nossas indefinições, incertezas, dúvidas e certezas. Bondade e maldade habitam o mesmo corpo. Pessoalmente, não acredito em pessoas boas, só boas o tempo todo. E nem em pessoas más o tempo todo. Acredito em pessoas que sejam boas e más, dependendo do caso, da situação e das conjunções envolvidas.


E creio que tudo é assim na vida. Acredito no cinismo, no fingimento e na falsidade. Acredito e cultuo o sarcasmo, pois vejo nesse valor um precioso instrumental de argumentação. Não gosto de definições prontas e acabadas. Gosto de tudo que está em vias de construção. Não vejo o conflito com ruim, gosto do caos para dele dar a luz uma estrela cintilante, parafraseio aqui o filósofo alemão niilista.


Existem épocas no ano que aflora um processo de descarga coletiva de consciência e quem nunca foi socialista, experimenta pelo menos nessas épocas, um pouquinho do ser solidário. Pena a solidariedade desencarne logo, assim como a páscoa, dia das mães, dia das crianças, dia dos mortos… tem até o dia das mulheres.


Também amo e odeio. Não poderia ser diferente, sou emoção e uma síntese entre a razão e a incerteza, um caos entre as luzes e as trevas.

Poderia ser diferente?