DISTOPIA DAS BIG-TECHS E A ASCENSÃO DA EXTREMA DIREITA NOS EEUU
Miguel Nicolelis* comenta os riscos da ascensão da extrema-direita pelo mundo, em especial, nos Estados Unidos, com a recente eleição de Donald Trump. Ele alerta dos riscos do crescente poder das big-techs como um poder aquém dos estados e como isso cria uma dissonância cognitiva em toda a sociedade americana e é espalhada mundo a fora pela extrema-direita global, através das ideias do marqueteiro desses líderes, Steve Bannon.
Para Nicolelis, a eleição de Trump é mais um presságio do que poderá ocorrer na eleição de 2026:”o que aconteceu lá[campanha eleitoral nos Estados Unidos], vai acontecer no Brasil em 2026, e vai ser brutal.
* QUEM É MIGUEL NICOLELIS
Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1984), doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) pela Universidade de São Paulo (1989) e pós-doutorado em Fisiologia e Biofísica pela Universidade de Hahnemann. Em julho de 2021 recebeu o título de Professor Emérito da Duke University, após ter lecionado por 27 anos nesta universidade, onde também fundou o Centro de Neuroengenharia, o qual dirigiu por 20 anos.
É pioneiro na pesquisa em interface cérebro-máquina (ICM), tecnologia que permite a interação entre cérebro e computador. Lidera estudos que investigam os princípios neurofisiológicos de circuitos neurais de mamíferos, o desenvolvimento de diferentes tipos de ICMs e sua aplicação no restabelecimento de movimentos em pessoas acometidas por paralisias e doença de Parkinson.
É membro das Academias de Ciências da França e do Brasil. Em 2003, retornou ao Brasil com a ideia de usar a ciência como um agente de transformação social e econômica, tendo o estado do Rio Grande do Norte como início desse projeto, do qual nasceu a Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP) e, em sequência, o Instituto Santos Dumont (ISD).
É fundador e preside voluntariamente a AASDAP desde sua criação em 2004. É fundador e também preside voluntariamente o Conselho de Administração do ISD desde sua criação em 2013. É Pesquisador do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS/ Natal, RN) e Coordenador do Projeto Andar de Novo, desenvolvido pela AASDAP, que criou o primeiro exoesqueleto de membros inferiores controlado pelo cérebro, o protocolo de neuroreabilitação, e o sistema de estimulação elétrica funcional controlado pelo cérebro, todos voltados para pessoas acometidas por lesão medular no nível paraplegia. Durante a pandemia de Covid-19 tem atuado ativamente em prol da adoção de medidas de isolamento social da população e de redução da dispersão do coronavírus, e em campanhas de combate à desinformação.
Foi Coordenador do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste em 2020, auxiliando os governadores dos estados do Nordeste na criação de políticas públicas para enfrentamento da pandemia. Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: interfaces cérebro-máquina, informática médica, eletrofisiologia, sistemas sensoriais, sistema somestésico e próteses neurológicas.