Todos nós temos nossos viéses e nossas contradições. Eu entendo todas as minhas e sou grato a Deus por ser como eu.
Sempre tive a amigos e sempre respeitei, nas pessoas próximas a mim, seus viéses políticos e ideológicos. Tenho grandes amigos de esquerda, onde vale citar o Dr. Júlio Garcia, uma pessoa notável e maravilhosa, petista desde antes da fundação ao PT, assim como o Márcio Reginaldo Bitencourt, também petista, mas que eu acho um homem exemplar, honrado e ético.
Sempre recordo do Júlio Garcia, no ano de 1978, quando ficamos mais de hora conversando com o radialista CARLO ANTÔNIO da Rádio Santiago. O curioso é que sempre fomos amigos e nunca houve ruído de comunicação em nossa amizade. Somos amigos há 46 anos. Assim como sou amigo de sua esposa, a Professora Rosani, pessoa excepcional e também de sua filha, Dra. Laís Garcia, que é minha psicóloga, uma jovem talentosa, bem formada e uma senhora muito íntegra e honrada.
Entretanto, se de um lado tenho amigos de esquerda de longa data, também tenho um viés altamente contraditório, pois noto o quanto tenho relações muito boas com a nossa direita, embora em nível estadual eu não conheça mais ninguém.
Mas ontem, recebi a visita do meu amigo de longa data, eu creio de 22 anos atrás, Miguel Bianchini, que é candidato a prefeito pelo PL. Eu gosto muito do Bianchini e sempre acreditei em sua honradez e honestidade. Nunca o fato de ser do PL, impediu nossa amizade, que sempre foi marcada pelo respeito.
Quando o prefeito Tiago Gorski, PP, movia pesados processos contra mim, foi o Miguel Bianchini quem testemunhou em meu favor, sem medo e com alta dignidade. Eu nunca me esqueço desses atos que me envolvem e sempre ponderei muito em minha relação de amizade e de sermos santiaguenses.
Mas meus dias são povoados pelas minhas relações de amizades e de longas datas. Ontem, o meu amigo Marcelo Brum, que lembrou na frente do juiz federal de Santana do Livramento que é meu amigo há 31 anos e de testemunha que acabou depondo como informante. Mas o Marcelo é outra pessoa, a exemplo do Bianchini, que nunca a política atrapalhou nossa amizade. Eu respeito muito um tanto quanto o outro, pela honradez de suas vidas, pela dignidade com que sempre viveram e porque sempre me respeitaram, nunca a política causou diferença alguma entre nós. O Marcelo perdeu o pai precocemente, foi sempre criado pela sua mãe, uma pessoa pobre e de origem humilde, que aposentou-se como faxineira escolar, mas que soube criar seus filhos e filha com muita dignidade.
Curiosamente, ontem a tarde, recebi a visita do Marcelo Brum aqui em casa para conversarmos sobre Israel, a questão Palestina e o governo de Benjamin Netanyahu. A conversa e a interação foi tão boa que a noite, junto com a Litieri, Marcelo mandou-me um áudio elogiando a riqueza de nossa conversa, embora ele conheça bem minhas posições sobre Israel e Netanyahu.
Mas o bom disso tudo é que podemos pensar diferente sem que o livre pensar interfira em nossas amizades. Eu nunca quis mudar a opinião de ninguém e sempre respeitei o livre arbítrio de cada um.
Aliás, outro dia, em conversa reservada com o petista super-articulado e sério MARCIO REGINALDO BITENCOURT, fiquei sabendo que o irmão dele que é oficial superior do Exército e comandou o serviço de informações aqui no comando local, era meu leitor e fã do meu blog. Como foi o próprio Marcio Reginaldo quem me contou, fiquei muito feliz e até certo ponto não estranhei porque boa parte dos oficiais são todos leitores do meu blog e têm um certo entendimento comigo, mesmo que seja tudo virtual, mas nem por isso deixam de ser relações saudáveis e produtivas.
Eu creio que a profundidades das relações que desenvolvo com as pessoas deveria ser em todas as relações, como são minhas velhas amizades, pois como o Marcelo lembrou ao juiz federal que somos amigos há 31 anos, eu tenho um carinho muito grande pelo casal Marcelo e Litiere, eis que no momento mais angustiante de minha vida, separado da então esposa e longe de minha filhinha, ambos sempre me procuravam com uma palavra de fé, estímulo e incentivo para seguir em frente e lutar.
Tenho amigos de longas datas, amizades que superam as décadas, como o Jorge Saraiva, popular Carioca, de Unistalda, do PDT, que temos uma longa e séria amizade, assim como o popular Cabo, ambos meus amigos e que estamos em campos opostos na religião, pois ambos são de umbanda e isso só enriquece nossas amizades de décadas.
Também, na noite passada, recebi uma grande mensagem de áudio do amigo Ruderson Mesquita Sobreira, amigo mesmo dos velhos tempos, uma pessoa fabulosa, fez todo o empenho pelo bem da Nina, organizou uma festa para nós no HRS e a Nina veio ao mundo cercada de festas e presentes, tudo organizado por esse impecável amigo de todas as horas. Dias atrás, Ruderson mandou-me um áudio queixando-se de minha distância e sugerindo que tomássemos um café para atualizar os papos. O Ruderson eu honro muito sua amizade pois são décadas de amizade e fraternidade e sempre temos sintonia fina e nunca a política interferiu em nossa amizade.
Uma pessoa que sempre me surpreende a Dra Marta Marchiori, sempre mesmo. Dia dos pais, ela ligou-me cedo querendo saber onde eu iria almoçar. E como eu estava sozinho ela acabou me convidando para almoçarmos juntos, pois era dia dos pais e ela sabia de minha dor longe da NINA. Exceto o pessoal do restaurante, mas contando quase ninguém acredita, pois conversamos até as 16 horas. E sempre um assunto emenda no outro, a Marta é sempre uma pessoa bem informada e altamente culta. Ela enriquece qualquer relação. É uma pessoa que eu estimo muito e amizade muito marcante.
Ontem, antes de buscar socorro com meu sobrinho, querendo decifrar o direito de sustentação em ARE no STF fiquei sensibilizado com a extensão da bondade da Dra. Eloí Martins, esposa do Dr. Diniz Cogo, um casal de gente de boa índole e pessoas finíssimas. Fiquei impressionado com o despreendimento dela em me ajudar apenas como colega, fato de uma grandeza ímpar.
E assim vamos semeando relações nessa vida. Sou uma pessoa que prezo muito minhas amizades e sempre zelo pelo melhor das pessoas que se aproximam de mim e me procuram por alguma razão.
Outro dia, um colega advogado, sabendo que sou pai e as datas dos pais, meu aniversário e dia dos advogados é quase sempre junto, ele fez-me uma surpresa e levou-me de presente um potente e lindo celular. Fiquei emocionado com a lembrança e apenas não vou citar seu nome porque não estou autorizado e respeito muito a intimidade das pessoas, pois eu entendo que ao presentear uma pessoa é porque somos especiais para essa pessoa.
Sou santiaguense, nasci aqui, e vivo muito bem aqui e certamente é aqui eu vou morrer, quando chegar minha hora. O lastro das amizades é saldo que deixamos em nossas vidas, pois a vida é sempre um somatório das relações que produzimos.