Os problemas das paráfrases

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Há muito tempo eu me deparo com problemas de paráfrases e enfrento isso diariamente, pois sempre que escrevo meus textos logo vem as críticas pelo meu whatsapp. É claro, eu sempre respondo e gosto da interação com as pessoas.

Ocorre que um simples conceito linguístico não é o mesmo conceito na literatura e o que é pior, nas ciências sociais e na filosofia tudo se complica ainda mais.

A Dialética, vivo escrevendo sobre isso, é um conceito polissêmico, sendo que para os sociológicos e filósofos é uma coisa e para os linguístas é outro bem diverso.

Ideologia, por exemplo, é o mesmo caso e mesmo entre os marxistas e marxiologistas o problema ganha contorno ainda maiores, pois o conceito do italiano Antônio Gramsci, onde o conceito é alargado e se confunde com o de  ideias, bem diverso do conceito de Karl Marx e Marilena Chauí, que aqui no Brasil,  jogou-o para o mundo jurídico brasileiro, especialmente o conceito de ideologia de Marx aos 26 anos.

O próprio conceito de paráfrase na literatura tem um sentido e na linguística tem outro, embora eu sempre use o conceito linguístico, que é a forma ou maneira de dizer uma coisa de outro jeito.

HAROLD BLOMM
HAROLD BLOMM

Geralmente, quando sou analisado, as pessoas esquecem-se, justamente, que muitas vezes estou empregando um conceito como Método e sou oriundo das ciências sociais, sou sociólogo; embora ciente dessa problemática fiz pós-graduação no excepcional curso de Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual, anos de 2007/2008, 390 horas, na nossa Universidade Regional Integrada, Campus de Santiago, então tão bem coordenado pela magnífica professora Sandra Maria do Nascimento de Oliveira; tive como orientadora de Monografia a Doutora Zélia Maria Viana Paim e o curso contava em seus quadros com a Doutora Désirée Motta Roth, também professora na Federal de Santa Maria. Fiz a rara disciplina  ANÁLISE DO DISCURSO com a professora Doutora Zélia Paim, que aceitou ser minha orientadora.

Sou extremamente grato a nossa URI-Campus de Santiago, embora poucos tenham entendido a profundidade da proposta concebida pela Professora Sandra Oliveira. Pessoa dócil, amável, querida e professora altamente séria.

WALDOMIRO LORENZ
WALDOMIRO LORENZ

Minha ideia de fazer pós-graduação em Letras, soa até estranho para muitos, pois eu sou visto como Advogado e sociólogo, mas o que quase ninguém sabe é que minha decisão pessoal de cursar Letras veio após eu ler e entender o Método de Harold Blomm (FOTO), certamente o crítico literário anglófono mais famoso do mundo, que criou um Método linguístico usando a Cabala judaica e a Dialética Marxista. Como eu era fã a leitor dos obras de Waldomiro Lorenz (FOTO), um theco que falava mais de cem idiomas e terminou sua vida em DOM FELICIANO, aqui no RS. Acho que li toda a literatura de Lorenz e foi com ele que entendi bem a Cabala judaica e a Dialética de Marx, esse eu comecei a lê-lo muito jovem, ainda aos 16, 17, 18 anos e leio até hoje. Confesso que foi Lorenz quem me jogou para buscar pós-graduação em Letras e encontrei na pessoa da professora Sandra toda uma compreensão que eu buscava na época. Chegando nas aulas no curso – ninguém sabia – mas me achei em casa, pois tudo era em torno de Louis Althusser, quem eu li desde os meus dezoito anos. Da mesma forma, tinha toda a obra da althusseriana chilena Marta Harnecker (foto).

Marta Harnecker
Marta Harnecker

Curiosamente, Marta Harnecker e Harold Blomm despediram-se desde mundo no ano de 2019.

Fui colega de aula do grande filósofo Froilam Oliveira, que é uma pessoa que eu admiro muito pela seriedade com que leva os estudos. E é uma pessoa que sempre soma em qualquer diálogo com a gente. Autor de grandes obras sobre o neoateísmo. E somos autores juntos de um livro: O QUE IMPORTA EM ORACY, junto com a nossa cabalista FÁTIMA FRIEDRICHEWISKI, uma intelectual séria e estudiosa gabaritada.

Pelo visto, acho que dá para entender o problema que enfrento com  a pluralidade conceitual, eis que – às vezes – escrevo sobre um conceito enquanto método, outras vezes como apêndice linguístico ou literário … e assim vou indo, embora a plena consciência dessa pluralidade conceitual e o crivo diário do mestre e doutor em psicanálise pela UFRGS, DAVI DAMIAN, meu grande amigo e companheiro de interações críticas e trocas de ideias.

Desejo a todos os meus leitores e leitoras um bom começo de semana e um forte abraço na leitora mais aguda e crítica tenaz Dra. Marta Marchiori, prima do cientista brasileiro PAULO MARCHIORI BUSS, pesquisador e professor titular da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, desde 1976 e membro Titular da Academia Nacional de Medicina do Brasil (2005), que foi arrastado ao nosso blog pela própria Dra. Marta Marchiori.

E assim vamos indo, vivendo um dia após o outro e esperando o que vem pela frente com a anunciada pandemia da varíola do macaco ou Mpox. No dia dos pais, dia 11 de agosto, minha querida amiga Marta Marchiori, que conviveu com a Nina desde seu nascimento, ligou-me para eu almoçar com ela, pois sabe da minha dor e conhece os meandros podres armados e entregou-me cópia de e-mail que ela recebeu do pai de todas as podridões. Será que ele vai negar?

 

 

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