A estratégia dos candidatos locais, análise crítica

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Eu acompanhei pari passu os debates sobre como Chicão buscaria 20 mil votos fora de Santiago.

Chicão tinha uma estratégia bem definida: 1 – faria o trabalho local, nas imediações e buscaria preencher o resultado com a região serrana e com a grande Porto Alegre.

Na serra foi tudo bem calculado, houve jantas e reuniões com os centenas de santiaguenses no entorno de Bento. Agora, a penetração na grande Porto Alegre, região metropolitana de PORTO ALEGRE, foi mais descentralizado, sem um foco específico numa cidade e genericamente atuando em todas.

Chicão tinha tudo calculado milimetricamente e sabia que deveria conseguir 20 mil votos de Santiago. Aqui e na grande Santiago a coisa andou bem. A questão serrana também funcionou bem, mas a grande POA foi mais no atropelo e no chute, sem base científica.

Chicão, por alguma razão, decidiu não investir forte na fronteira, especialmente me Uruguaiana, Itaqui, São Borja, Garruchos, São Luiz Gonzaga e entrada na região celeira. Até tinha campanha, mas era por uma descarga de consciência.

Houve, ao final, boa votação em Eldorado, Guaíba e até houve uma boa pequena votação na região metropolitana.

Praticamente metade dos votos que Chicão recebeu veio de Santiago (20.801), sua cidade natal. Também foram importantes as cidades de Jaguari (3.021), São Francisco de Assis (2.321), Nova Esperança do Sul (1.686), São Vicente do Sul (1.423), Mata (1.022), Unistalda (1.003). Chicão, na real, arrancou com 31 mil 277 votos desses municípios da grande Santiago.

Chicão precisava arrumar 11.735 votos no restante do Estado. A estratégia de buscar eleitores na grande POA e região metropolitina de POA e na região serrana deu certo. A votação em Santa Maria, onde era um território inóspito, foi bem regular, embora nem tão grande, mas somou bastante.

Chicão deu um show e foi o candidato local mais votado da eleição. Mas eu sou testemunha que tudo foi calculado milimetricamente, por incrível que pareça, até a votação em Eldorado e Guaíba deu dentro do planos santiaguenses.

Já Júlio Ruivo fez um planejamento totalmente diferente, fez o contrário da estratégia de Chicão, bem ao contrário e o resultado, embora bom, nem se aproximou de Chicão.

Em São Vicente do Sul, por exemplo, Ruivo fez 372 votos, contra 1.423 de CHICÃO.

Em Santiago, Chicão que houvera feito 20.801 votos, Ruivo fez apenas 14.055 votos, quase 7 mil votos a menos que Chicão.

Em Jaguari, Ruivo fez 801 votos contra 3021 votos de Chicão.

Em Unistalda, Ruivo fez 504 votos, contra 1003 de Chicão.

Em São Francisco de Assis, onde Ruivo disse que explodiria, acabou fazendo 1291 votos contra 2321 de Chicão.

Por essa simples leitura fica fácil inferir onde foram os erros e os acertos de um e de outro. Revela, igualmente, a leitura dos números, o quanto foi bem planejada a campanha de Chicão, onde poucos apostavem ser vitoriosa. E foi e foi surpreende.

 

 

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