A sociedade gaúcha defronta-se com um dilema bem aguçado. Fechar-se para impedir a propagação do vírus ou resistir para manter os empregos e a sobrevivência?
Existem duas linhas discursivas com narratórias bem delineadas.
Os defensores do fechamento total, via de regra, são servidores públicos, tem renda fixa mensal e – para eles – tanto faz fechamento total ou não.
Já os defensores da abertura total e os contras o fechamento são empresários e trabalhadores que dependem do trabalho para tirar sua sobrevivência. Esses setores da economia dependem do trabalho e da circulação de pessoas para a subsistência. São feirantes, comerciantes, conhecidas pessoas que dependem do comércio para ganharem seu pão e manutenção de suas famílias.
Mas o debate está profundamente ideologizado. Partidarizado.
Os teóricos de esquerda e adeptos do “fecha tudo” chegam a chamar os comerciantes que defendem a abertura de genocidas.
Nesse cenário o estado gaúcho e o Brasil vive o seu dia-a-dia.
As pessoas, àvidas pelo trabalho e pela sobrevivência, realmente preferem correr o risco a morrerem de inanição.
Os adeptos do fecha tudo, via de regra, são servidores públicos e engrossam o coral ideológico.
Resta saber como será o vir-a-ser.
Uma incógnita toma conta de todos nós.
O vírus é real. A realidade dos que precisam trabalhar, também é real.
Resta saber onde chegaremos enquanto sociedade, extremamente polarizada e marcada pelo conflito e pela contradição.