Reflexões

O DIA dos pais é uma comemoração controversa, complexa.

Nas escolas, as crianças fazem cartões e presentinhos. Há um embalo pelo comércio.

O grande problema é caos existencial das crianças que não têm país. Casais separados, quem mais sofre são os filhos. Crianças com pais mortos e crianças que sequer sabem quem são seus pais. O drama é terrível.

O mesmo raciocínio vale para o dia das mães.

É claro, a lógica do capalismo não reflete por esse ângulo.  Isso é lastimável. Pois no embalo dos festejos ignoramos a dor dos pequeninos e suas subjetividades.

De qualquer forma, essa é a nossa realidade. Meu papel não é agradar, sim, incitar a reflexão.

Quem pode curtir seus pais, que curta.

Ser pai é todos os dias e não apenas numa data comercial.

 

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BOLSONARISTA CONTRATA PETISTA

Manchete na Revista Veja de hoje, a deputada Bolsonarista Paula Belmonte contratou para defendê-la o ex-ministro da Justiça do PT José Eduardo Cardoso (FOTO).

Está certa a deputada. José Eduardo Cardoso é um excelente Advogado e esse tipo de especulação deveria ser rechaçada pela OAB, pois a contratação é lícita, legal e constitucional.

É só o que falta, agora, uma pessoa ser bolsonarista e não poder contratar os serviços profissionais de um advogado porque ele é de esquerda. É o fim da picada. A contratação não é ideológica, e, sim, profissonal.

Parabéns a deputada  PAULA BELMONTE por quebrar este proconceito odioso e burro.

FORA COM O PRECONCEITO IDEOLÓGICO NA ADVOCACIA.

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A advocacia do século 21

Dr. Evandro Pertence*

“Boa tarde, o ministro se encontra no gabinete?’, questionava o advogado. “Sim. Tão logo ele termine a audiência, ele atenderá”, respondia a secretária. Por mais distante ou estranho que possa soar, era comum esse tipo de diálogo na década de 1990, quando advogados e advogadas tinham acesso a gabinetes de juízes, desembargadores e ministros dos tribunais regionais e superior. Hoje, a realidade é outra. E ela é pior.

O tempo passou e as portas se fecharam. O Distrito Federal passou a sentir a diferença. Essa postura de distanciamento por parte do Poder Judiciário criou efeitos profundamente deletérios para o exercício da nossa profissão – a advocacia -, além de erigir uma categoria que precisa ser enfrentada pelos nossos conselhos de ética: os vendedores de facilidades.

A Constituição reputa a nossa profissão como indispensável à administração da justiça. Não se trata de uma proclamação retórica, tampouco de uma recomendação moral. O dispositivo abraça todas as nossas prerrogativas.
Previstas pela lei n° 8.906/94 em seus artigos 6º e 7º, as prerrogativas garantem ao profissional o direito de exercer a defesa plena de seus clientes, com independência e autonomia, sem temor do magistrado, representante do Ministério Público ou qualquer autoridade que possa tentar constrangê-lo ou diminuir o seu papel como defensor das liberdades.

Prerrogativas profissionais, claro, não devem ser confundidas com privilégios, pois tratam apenas de estabelecer garantias para o advogado e advogada enquanto representantes legítimos dos interesses de seus clientes.

E as prerrogativas que mais sofrem violações são aquelas mais imprescindíveis, tais como: ter acesso livre às salas de sessões dos tribunais, inclusive ao espaço reservado aos magistrados; ter acesso livre nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; e ingressar livremente em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição pública ou outro serviço público em que o advogado deva praticar ato, obter prova ou informação de que necessite para o exercício de sua profissão.

Nos meus quase 30 anos de advocacia, vejo que este atual momento é o mais crítico em relação às prerrogativas. A advocacia sente que o seu caráter essencial ao Judiciário não vem sendo concretizado. Isso impacta diretamente a sociedade que vindica seus direitos por meios da advocacia.

É preciso haver mais diálogo mas, ao mesmo tempo, fecharmos questão, com firmeza, em defesa das nossas prerrogativas nesse particular. A democracia pela qual lutamos não se resume ao voto. Pelo contrário. Ela se realiza por meio do exercício independente e respeitoso das instituições. E nós, advogados e advogadas, temos assegurado, pela Constituição e pela lei, o livre trânsito perante todas essas instituições. Não é favor, é democracia.

*Evandro Pertence é advogado desde 1994, ex-conselheiro federal, é especialista em contencioso, tribunais superiores e sócio da Sociedade de Advogados Sepúlveda Pertence.

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Ler Maquiavel: sobre fadas e saci-pererê

Nossa imprensa e nossos analistas políticos são tão primários que dói.

Espalharam que o comandante da aeronáutica Carlos Baptista Júnior garantiu ao ministro Gilmar Mendes que não haverá golpe.

Convenhamos: alguém que prepara um golpe sai anunciando?

Nem sob tortura o comandante,  bolsonarista de primeira linha, admitiria o que está sento tramado nos bastidores.

Depois ainda criticam as crianças que acreditam em fadas e saci-pererê.

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