Dia 15/03 de 2020: quebra da normalidade ou apenas prelúdio de uma revolta popular? O povo e as instituições.

A movimentação nas redes sociais de bolsonaristas é enorme (VIDE FOTOS); diria até que só vi similaridade no período que antecedeu a eleição. Todos aludem para a data de 15 de março. Não sei o motivo da escolha da data. Mas a imprensa está recebendo convocatórias em massa. Pedem o fechamento do congresso e do STF.

Estudei muito os clássicos de ciência política. Aliás, embora advogado, estudei no curso de ciências sociais, as disciplinas de ciências políticas,isoladamente. Foi ali que tive contato com as teorias de Montesquieu e a divisão dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). É claro, sempre vamos nas raízes de John Locke e seu aflorado iluminismo.

Anos depois, no curso de Direito, especialmente estudando Direito Constitucional, Teoria Geral do Estado … somei os conhecimentos adquiridos numa área (ciências sociais/sociologia) com outra (Direito). O somatório desses conhecimentos permitiu-me entender – ao lado de outros ramos do Direito – o funcionamento do Estado, origens, desenvolvimento e estágios atuais, desde as formas e sistemas de governos, até a compreensão mais ampla da legitimação que um dos elementos constitutivos do Estado – o povo – concebe aos seus governantes.

É claro, a ciência política levou-me de Maquiavel a Gaetano Mosca, pois o estudo do poder, seu exercício e suas formas de legitimação, são imprescindíveis para entender o Estado em seu núcleo essencial.

Durante muitos anos, confesso, fui defensor da democracia como um valor universal. É claro, com um Estado controlado pelos três poderes harmônicos e independentes entre si. Julgava-me um iluminado … porém, adquiri instrumentais teóricos que me permitem ler a conjuntura atual; o suficiente para entender que a democracia não é um valor universal e absoluto. Existem outras formas de legitimação para o exercício do poder.

Teoricamente, existe um movimento civil no Brasil a insuflar os militares. Do ponto-de-vista da técnica revolucionária, das condições objetivas e subjetivas para um processo de quebra da normalidade, os bolsonaristas estão corretos. Existe uma mobilização popular nacional (gostem ou não) a pressionar o presidente e os militares pela quebra da ordem. A economia está num momento complicado, desemprego, alta escalada do dólar, que deve logo chegar a R$ 4.50; mesmo alas bolsonaristas, caminhoneiros, por exemplo, estão descontentes … o clima se torna propício. Já os alvos diretos, o Congresso e o STF, há tempos se tornaram fontes dos ataques preferidos dos bolsonaristas. As decisões do STF geram descontentamentos, especialmente na questão da segunda instância, disseminou o ódio nas hostes bolsonaristas contra a corte maior.

Já o Congresso Nacional, desde que o general Heleno afirmou que eles chantageavam o Executivo, com o ingrediente imoral do projeto, aprovado pelo Congresso, de 30 bilhões em emendas, apresentado pelo relator do orçamento, o parlamentar cearense Domingos Netto. Bolsonaro vetou a LDO, mas o congresso promete derrubar o veto presidencial e aí reside a chave de todo o conflito. Assim, no raciocínio bolsonarista, correto, aliás, existem realmente as condições objetivas e subjetivas para um golpe de Estado. Afinal, do povo, ninguém defende o Congresso e nem o STF, salvo os setores mais intelectualizados de esquerda e centro-esquerda, que ainda apelam à clássica divisão dos poderes harmônicos e independentes entre si.

Por fim, há que se levar em conta que a imprensa do Brasil também é vivamente hostilizada e ninguém mais se pauta por esta. Os bolsonaristas, com o advento das redes sociais, fazem sua própria mídia.

Ontem, assisti a um vídeo do professor Paulo Giraldhelli, onde esse afirma que não há ditadura militar no Brasil. Está certo. Só que sua fala é passada é não leva em consideração toda a articulação do golpe de Estado, que o advogado santiaguense Leudo Costa, em seu canal, Cristalvox, também anunciou como marcha em curso.

Sinceramente, não sei se esse movimento é grande o suficiente. Não sei se os militares e as polícias militares partiriam mesmo para a quebra da normalidade democrática. Agora, que o povo está cheio com o congresso, disso não tenho dúvidas. Quanto ao STF, não vejo tanta discrepância, até porque existe uma ala afinada com à direita e o próximo ministro será indicado por Bolsonaro, podendo ser Bretas, Moro ou Willian, o que lhe daria maioria tranquila. Pelo sim, pelo não, é bom e salutar acompanharmos os desdobramentos.

A gente sabe como começa um movimento
insurrecional. Mas como termina, é imprevisível.

Deus

Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;

1 Coríntios 1:27

Coronavírus, a origem

Sopa de morcego é um dos pratos conhecidos na China, assim como ratos e cães.

Segundo a Agência Brasil: ” Pesquisadores na China afirmam que estudos genéticos mostram que o novo coronavírus não teve origem em um mercado de frutos do mar em Wuhan, na província de Hubei, como suspeitava-se inicialmente.

O Jardim Botânico Tropical Xishuangbanna da Academia Chinesa de Ciências publicou em seu site na internet os resultados de estudos conjuntos com pesquisadores de universidades do país.

Eles afirmam ter analisado dados genéticos de 93 amostras do vírus coletadas em 12 países.

Segundo os resultados, o vírus encontrado no mercado em Wuhan espalhou-se rapidamente a partir daquele local, mas teria vindo originalmente de um outro lugar.

Os pesquisadores afirmam que a conclusão que descartou o mercado como epicentro da epidemia é baseada na análise do momento em que os pacientes ficaram doentes”.

O neurocientista brasileiro Stevens Rehen, em entrevista na Globo News, fez uma intrigante observação; segundo ele a região Wuhan tem criações de porcos, e esses são alimentados com ração de soja transgênico. Uma insinuação nova nesse contexto de dúvidas mais que certezas.

A BBC Portuguese responsabilizou o morcego pela transmissão.

Pelo sim, pelo não, o vírus mutante atingiu a Itália e alarmou a Europa; São Paulo está com 3 casos suspeitos.

A origem?

Por enquanto, suposições.

Brigada Militar gaúcha ameaça parar

Zero Hora e Rádio Gaúcha acabam de divulgar que as lideranças dos policiais militares locais ameaçam parar, semelhante ao que acontece no Ceará. O foco do descontentamento seria o aumento da alíquota da contribuição previdenciária, que impõe pesada perda salarial à categoria. Nos noticiários da capital há um choque de informações entre os líderes policiais e integrantes do governo Leite.

Direita e esquerda no poder, mas nada muda acerca do carnaval

Sai cedo. Percorrer as ruas vazias é algo – até certo ponto – tétrico. E pensar que amanhã será assim, da mesma forma.

Vejo manchetes e estatísticas. O carnaval injeta 8 bilhões na economia. Todos acreditamos, acriticamente.

Aposto que as perdas são bem maiores. Embora se reconheça que alguns setores realmente ganhem.

O carnaval é pensado como se toda a população fosse foliã. Erro absurdo. Algo em torno de 80% da nossa população não participa de tais eventos, marcados pelas drogas, brigas, acidentes, beberagem, lascívia, exposição e exibicionismo corporal. Jurava que o presidente Bolsonaro fosse acabar com essa farra, especialmente esses feriados de segunda e terça; que se estendem até a quarta-feira pela manhã.

Manchete do Jornal Correio do Povo, edição de hoje, mostra o auge do carnaval em Porto Alegre, segundo estimativas oficiais reuniu cem mil pessoas. A população de Porto Alegre é de um milhão, quatrocentos e noventa mil pessoas. Isso demonstra que pouco mais de 5% da população participa. É claro, as pessoas buscam à serra, praias, interior … mas mesmo a folia de Porto Alegre também é engrossada pelos moradores de bairros de Canoas, Alvorada, Viamão, Gravataí, Guaíba. em suma, da região metropolitana da capital, que formam este contingente de cem mil pessoas.

É claro, fica evidente, que em nome de uma minoria, e da imposição do comércio de bebidas, toda a população é obrigada a sujeitar-se as consequências da zoeira, riscos permanentes e previsíveis de direção perigosa, brigas e tudo que decorre destas “festividades”.

O carnaval poderia bem começar na sexta-feira e até estender-se até domingo e pronto. Afinal, quem alimenta galinhas, porcos, vacas … não pára. Quem cuida das lavouras, também não pára. Quem cuida de segurança e da saúde, também não pára.

Eu achei, na minha santa ingenuidade, que o governo Bolsonaro seria sensível aos apelos evangélicos. Mas não, saíram pregando o não assédio e distribuindo preservativos (aqueles preservativos que não resiste a uma transa com pegada). Não sei se distribuíram gel para facilitar a penetração anal. Só sei que entre a direita e a esquerda no poder, não mudou nada no tocante ao carnaval.