É um drama e tanto. Cláudio Cardoso vive um drama hamletiano, ser ou não ser governo, eis a questão.
Ele sabe de tudo e tornou-se refém de sua própria consciência. O enredo se enquadra perfeitamente num conto de William Shakespeare, sendo Deus o fantasma que o assombra, muito embora seu drama pessoal nos lembre, também, o escravo da consciência de Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski.
Resguardados os fatos, a era e as peculiariedades, existem similitudes, pois ele sabe dos crimes e se tornou refém de sua consciência diante de Deus e não consegue mais conviver com o crime e o castigo, pois se fecha os olhos, Deus abre-lhe a consciência, se tenta desvencilhar-se de sua consciência, emerge a força da realidade do assombro que o partido lho provoca.
A situação é quase enlouquecedora e os reflexos no psique afetam sim e desregulam todo seu organismo. Até os remédios fazem efeito colateral. A realidade lhe assemelha um hospício e ele vê-se na condição de ser co-partícipe da alienação coletiva que tomou conta do corpo funcional e da estrutura social onde ele está inserido.
Oremos todos pelo nosso Pastor e vice-prefeito. Ele é um homem bom e decente, engolido por engrenagens superestruturais de poder, nas quais ele não se insere e delas tenta de afastar.
Amém.