*JÚLIO CÉSAR DE LIMA PRATES
Era o ano de 1989 e eu era o Presidente Estadual da Comissão de Ética do Partido Socialista Brasileiro, também era presidente do Diretório Municipal Socialista de Porto Alegre.
Atropelados por uma reportagem no Fantástico, os socialistas ficaram atônitos com a quantidade de nazistas dentro do PSB.
Eu era jovem, tinha 29 anos e e meu secretário-geral na Comissão Estadual de Ética Socialista era o médico-psiquiatra Leonardo Grabois, que havia chegado de Israel, sendo sobrinho de Maurício Grabois, o líder da Guerilha do Araguaia.
Foi a missão mais espinhosa que recebi, pois era mexer num vespeiro. Minha luta de Adolfo Hitler era o livro usual de muitas famílias alemães. Ao lado desse, Holocausto, Judeu ou Alemão, de S.E.Gastan, a quem entrevistei longamente.
Preparamos um relatório muito consistente depois de andar por mais de 50 municípios gaúchos. Não havia erros, os endereços eram certeiros.
Descobri coisas impensáveis, gente que ninguém acreditaria, estudei até o caso dos gêmeos de Cândido Godoy.
Domingo a noite, conversando com a Doutora e pesquisadora anti-nazista, ouvi dela um relato que eu já suspeitava, que Curitiba é um foco altamente incubador de nazistas e há tempo superou a Argentina.
É claro, ninguém tem tanto material quanto eu. Raridades e informações que assombram. Também existe outro lado, a perseguição que sofro até hoje dos simpatizantes da causa nazista, inclusive, aqui em Santiago e no Rio Grande do Sul afora.
Toda a direção do PSB e os militantes de então sabem que o famoso relatório de expulsão dos nazistas do PSB foi assinado por mim.
A perseguição contra minha pessoa ganhou contornos graves nos últimos tempos e apelei, pela primeira vez, as nossas organizações internacionais, apesar da confusão que reina entre sionistas e antissemitas. Sempre tive uma vida discreta e reservada, mas tudo ultrapassou o bom senso. Sendo que buscar apoio é um recurso até para preservação dos meus interesses pessoais.
Os nazistas não se escondem mais. Eles ganharam expressão até nos parlamentos Brasil afora. E todos sabem que o principal pivô que resultou numa limpa dentro do PSB foi liderado por mim. Mas foi um fato que eu desconhecia, à época, era da extensão e nunca imaginei que os nazistas, fingindo boa gente, se aproximavam de mim para me conhecer, me identificar e ver o alcance do meu conhecimento. Hoje eu sei quem são todos eles, onde estão inseridos e como agem. Curiosamente, até meus processos sofrem o dedo.
É mais um capítulo na luta de minha vida que surge. Mas é tudo tranquilo de minha parte, sempre soube lidar com bandidos. Eu sei mais do que escrevo aqui. Mas logo todos saberão toda a Verdade.
*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro Internacional de jornalista nº 908 225, Sociólogo e Advogado.