Aprendi a trabalhar cientificamente com Pesquisas de opinião pública na faculdade de sociologia, idos de 85/86/87. Fui aluno do magistral pesquisador da época Darnis Corbelinne, um grande mestre. Ali aprendi praticamente tudo sobre Métodos, metodologias …
Hoje, invocando minha condição de Sociólogo-Pesquisador, vou externalizar minha posição sobre o fechamento do comércio e a paralisação da economia, o que constato à luz do empirismo:
1 – É raro um servidor público, desses que recebem no final do mês, faça sol, faça chuva, majoritariamente, todos a favor do fecha tudo. Seja federal, estadual e municipal.
2 – Os ricos que têm poupança, vida assegurada, esses são a favor do fechar tudo, embora nem todos.
3 – Os pobres, as pessoas que trabalham, que dependem do seu trabalho para sobreviver, alimentar a si e sua família, esses preferem enfrentar o vírus a verem a desgraça da fome e miséria total e absoluta invadirem seus lares e destruírem suas famílias.
Antes que aquela senhora santiaguense saia em defesa dos servidores públicos e diga que só os bons e os melhores alçam à condição de servidores públicos, que, aliás, é um discurso ridículo, eu fui aprovado como professor de Direito no Instituto Federal e preferi não assumir quando meu nome foi publicado no DOU e chamado. Nem todos querem ser servidores públicos. Tenho 61 anos, sou portador de diabete tipo 2, portanto, tenho comorbidade, sou pobre, mas estou ao lado dos que trabalham que sobreviver. Simples assim.
Não sou negacionista, defendo às ciências e às vacinas, mas entendo que a questão é muito mais complexa que fechar tudo ou abrir tudo. Soluções radicais ou extremadas não são saudáveis, nem para a ciência e nem para a economia. E também discordo dessa política oficial de saúde, pois já poderíamos estar com nossa população, boa parte, vacinada.
Bastaria boa vontade e a mobilização das Forças Armadas e estaríamos todos vacinados em menos de uma semana. O exemplo de Israel está aí, a olhos nus, louvável exemplo, aliás. Bolsonaro é cercado de puxa-sacos, acríticos, que não lhe fazem um relato justo e nem uma análise imparcial das guerras de narrativas. Essa da vacina ele já perdeu, tragado pela emergência de uma realidade social que demonstra serem os anseios da população brasileira, majoritariamente, favoráveis à vacinação.
Eu estou morando, provisoriamente, em Gramado. Aqui está tudo quebrado ou quebrando. A OV TV – TV Digital de Gramado, perdeu os 16 anunciantes. Entenda. Restaurantes e bares sem público consumidor, fechando as portas e demitindo os empregados em massa. O mesmo vale para as atrações turísticas, hotéis e pousadas. Esse contingente desempregado vive a escolha de Sofia: ou ficar em casa e morrer de fome, vendo os filhos e a si na inanição ou sair em busca de um ofício que lhe renda o básico da comida, o pagamento do aluguel, da luz, da água …
Não entender isso, é o cúmulo da insensatez.