*JULIO CÉSAR DE LIMA PRATES
Hoje, estive um pouco no escritório até por volta das 16 horas. Depois, decidi visitar meu casal de amigos, Dr. Aléssio Viero Neto, que completará 95 anos e sua esposa, Professora Ana.
Fui para uma conversa breve e sempre por um café, preferência da Dona Ana, pessoa amável, delicada e que me chama de filhinho. Entretanto, a conversa espichou demais, e sai do apartamento do casal quase perto de 21 horas.
Contamos histórias, e eu contei as histórias de minha filhinha, Nina, que é muito amada pela família do Dr. Aléssio Viero Neto, inclusive por suas filhas: Jane e Zilá.
Fiquei sabendo que o neto deles, o Professor Felipe, que é Doutor em Comunicação Social, está ministrando um curso em Paris e enche os avós de orgulho. Conheço muito pouco o Felipe, acho que falei duas ou três vezes com ele, mas é um grande orgulho de nossa Terra.
Eu estava em Gramado, escondido da pandemia, em 2022, quando Artur Viero, arquiteto e filho de Aléssio e Ana, me ligou. Queria que assumisse um inventário da família, segundo Arthur me disse, trancado há 37 anos na comarca de Ijuí.
Achei um exagero e imaginei que era papo de arquiteto. Foi só quando me deparei com os autos processuais em Ijuí que acreditei na história. Entretanto, disse para Artur que eu não entendia nada de inventário e que só advogava em direito do trabalho, administrativo e constitucional. Mesmo assim Artur insistiu para eu assumisse o inventário dado a idade de seu pai.
Como eu entendo que o Direito é só tem um segredo, que é saber ler e escrever bem, em um ano recebi as terras do juiz de Augusto Pestana de devolvi-as aos proprietários. Embora o processo estivesse em Ijuí, as terras eram Augusto Pestana e Jóia.
Tomei um café maravilhoso com os tradicionais frios da Dona Ana e seguimos com os causos, agora na mesa da cozinha. A Nina tem a mesma identidade do professor Felipe, pois ambos são petistas, eu sequer sabia que Felipe era Lula e agora entendi o voto do Dr. Aléssio em Lula. Felipe apenas me contou de sua amizade com um ilustre desembargador do TJRS e é claro, sempre destilo contra o que sofri, mas eu não sou de me render, quando perder tudo, sei como resolver tudo.
Após horas e horas de conversas, finalmente, falei que iria para casa, pois moro sozinho e tinha deixado roupas entendidas no varal do fundo casa.
Despedi-me de ambos, coloquei-me à disposição de ambos, pois moro a menos de duas quadras deles. E vim para casa.
Ao abrir a porta, levei um susto, os conteineres tinham sido retirados da frente da minha casa. Gostei desse gesto da administração, pois alguém mandou retirarem-nos. Vou agradecer ao Dr. Breno, que é meu amigo e leitor do meu blog, gosta dos elogios e aceita bem as críticas.
Na noite passada, participei de uma reunião com os advogados socialistas e comunistas do Rio Grande do Sul. A crise no meio dos advogados é muito grande devido aos fechamento das comarcas e o pouco ingresso de dinheiro para quem vive da advocacia. É é muito louvável os esforços do Presidente da OAB, Dr. Lamáchia, que tem tido um grande papel nessa crise que assolou nosso Estado. Esse realmente pensa e engrandece nossa categoria profissional.
Hoje eu tive que responder perguntas intrigantes. Mas respondi com sinceridade. Nunca usei relógios em minha vida, nunca pude usar alianças, nunca quis fazer tatuagens e sou bastante conservador, embora sempre tenha sido marxista desde meus 14 anos. Hoje contei detalhes de minha formação pelos companheiros estalinistas e comunistas de Santiago, especialmente Aparício Gomes da Silveira, Jeferson Gomes da Silveira e Paulo Silva, todos comunistas e donos de amplas bibliotecas que sobreviveram à ditadura militar em nosso país. Com 15 anos eu já tinha lido Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos e já engatinhava na literatura russa, em especial, com Tolstoy e Dostoiévski. Não sem razão, aos 18 anos, quando fui prestar o serviço militar obrigatório assombrova os jovens tenentes de AMAN. Ademais, ouvinte assíduo da Rádio Central de Moscou, que iniciava suas transmissões em língua portuguesa a meia noite, sabia tudo o que acontecia no mundo.
Sem ser mulçumano, fui convidado para um encontro islâmico que vai acontecer em Santa Maria nos próximos dias, reunindo os simpatizantes dos Palestinos, sendo aberto a todos: xiitas e sunitas. Promete ser uma grande reunião e a escolha por Santa Maria tem a ver com a questão central do Estado. Já há um bom tempo estreitei relações com os sunitas islâmicos e nunca fui discriminado por não ser mulçumano e nem ter ligações com o pan-arabismo. Pelo contrário, o ambiente é sadio, democrata e sou muito ouvido quando exponho minhas ideias.
Eu não pude seguir minhas aulas de língua árabe devido ao aperto financeiro-pessoal e todos os custos que temos todo o final de mês. Imaginem um mês de crise, que se estenderá por 5 ou 6 meses ainda?
Mas é a vida a gente vai levando como pode, improvisando na comida, poupando aqui e poupando ali e nunca paramos.
Desejo a todos os leitores de meu blog um bom final de semana, um excelente domingo e bom descanso nas famílias e paz nos corações de quem tem ética e vive na decência.
Meus votos de pleno reestabelecimento ao advogado Sérgio Bueno, meu colega, que sofreu um infarto e está se recuperando.
*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro de Editor Internacional nº 908 225, Sociólogo e Advogado inscrito na SA OABRS sob nº 9980.