Do dia do aniversário de minha filhinha

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Nina nasceu dia 04 de junho de 2010. Assim, hoje completa 14 anos. É uma menina rara, sagaz e inteligente. Sempre fazia uma festinha no seu aniversário. Agora, apenas registro, mas vale para a História.

Tudo que me cerca será imortalizado, e com Nina não será diferente.

Lembro-me o dia em que Nina nasceu. O amável médico Décio Costa e a médica Sônia Nicola trabalharam no parto. Após, o Dr. Décio pegou-a e levou-a até mim. Levei um susto, pois estava esperando na sala das visitas. Ao vê-la, vivi uma cena rara e incomum. Pronunciei alto: – Nina! Foi um lance mágico e doce, ela olhou-me bem firmemente, creio que reconheceu minha voz, deve ter sido isso. Olhei aqueles olhos tão mágicos e tão amáveis, sempre uma mistura verdes e azuis.

E assim passei a viver meus dias sempre em função de NINA. Cuidava-a sempre, fazia-a dormir e com o tempo ela preferia ficar na sala comigo.

Se tornou minha grande companheirinha. Onde eu ía, levava-a comigo, SICREDI, Prefeituras, enfim, não alterei minha rotina com sua chegada, pelo contrário, trabalhava mais e mais. Nada alterou meus planos. Sempre foi uma interação harmoniosa e perfeita comigo.

Nina falava minha linguagem. Sempre sabia o que ele queria. Comida, aprendi seus gostos e hábitos.

Nossa separação, quando ela tinha apenas 4 anos, foi um desastre. Nina não falava nada, apenas escondia as emoções e desabafava comigo. Um dia, ao entrar em nossa casa e ao ver a estante de livros demanchada e os livros empacotados, ela chorou e me perguntou: – por que vcs fizeram isso?

Aquela frase cortou meu coração e ali pressenti a tamanho do mal que uma separação faz na vida de uma criança.

Dias depois, viveria a segunda cena caótica e foi ali que eu percebi que os pais não devem se separar com os filhos pequenos. Eu estava sentado na frente do sindicato conversando com o pessoal e meu sobrinho. Nisso, noto os gritos de choro de Nina, corro até ela, pois imaginei que tivesse se machucado. Mas não, ela estava sentada no computador.

a foto que levou Nina às lágrimas
A foto que levou Nina às lágrimas

Pedi para todos saírem do local, sem entender nada. Aí ela aponta uma foto minha, da mãe dela e dela, tirada na véspera do ano de 2013.  Aos prantos ela me diz: – isso aqui nunca mais vai existir.

Aquilo me cortou muito profundamente. Foi muito doído e muito machucado, nunca mais me esqueci dessas duas frases e desses dois choros dessa pobre criança. Nina não é de chorar, ela guarda sensações e emoções. É detalhista, observa tudo e muito boa de narrativa.

Até onde eu pude,  sempre fazia-lhe festinhas com suas amiguinhas e amiginhos. Nina foi matando o sorriso, seu olhar ficou sério ao longo dos anos e peguei essa foto dela do seu perfil no instragran. Ela me parece diferente, sou olhar é dolorido, mas ela resiste, porque ela sabe que eu estou vivo e sabe que eu a amo, e a amo de verdade, com o coração, sem pedir nada em troca, pois comigo não existem jogos, se eu amo, amo e ponto final. Se eu não amo, não amo, e ponto final.

Sempre procuro eternizar tudo com a escrita e com a Nina, todos e tudo o que aconteceu não será diferente. Estou com quase tudo pronto, apenas não me manifestei em respeito ao poder judiciário, mas tão logo tudo tenha uma solução, meu livro estará ao conhecimento de todos. Meu plano é voltar apenas para a escrita.

A última vez que estive com ela, foi tão dócil e maravilhoso. Estivemos nas Lojas Renner, comprei-lhe camisetas, calças e uma bolsa. Ela ficou feliz. Deixei-a na escola e dei-lhe meu último Adeus. Passaram-se um ano e sete meses. A Verdade, só ela sabe, ela sabe tudo, embora eu só saiba a minha versão sobre os fatos. Desde então estou numa luta encarnada, pois eu sei bem onde começa e onde termina o Direito. Por enquanto, ainda não terminou.

Eu sei esperar o tempo e tolerar bandidos, mas também sei acertar as contas. Por isso, estou pacientemente deixando o tempo passar. No quartel, eu tive apenas uma virtude, por ser canhoto, ganhava todos os concursos de tiros e irritava profundamente os oficiais que queriam que eu atirasse com a mão de direita. Comunista e canhoto, paguei um preço muito caro. Passaram-se as décadas e eu continuo o mesmo atirador e continuo o mesmo comunista, fiel as lições que aprendi aos 14, 15 e 16 anos. Nunca mudei, apenas guardei meu lado revolucionário para deixar os outros escreverem a história do meu país.

Vi que não existia espaço para meu pensamento. Retirei-me quieto, mas nunca deixei de lado minha vertente revolucionária, embora meu temor de que Nina desperte para esse viés. Contudo, sei que minha filhinha será sempre justa e benéfica com os que sofrem e nunca cometerá injustiça contra um fraco e será sempre inimiga dos fortes. Ninguém a mudará.

Hoje almoço em casa. Darei os parabéns a minha filhinha, como se ela estivesse comigo. Ela perceberá meu afeto e minha lembrança, pois sempre fui pautado pela Verdade e nunca tolerei mentiras, nem falsos amigos e falsas amigas. Gente falsa, comigo não tem espaço.

Felicidades NINA. 

Nina: Significa “menina”, “graciosa”, “protetora da fertilidade e mares”, “fogo”.
O nome Nina pode ter diversas origens diferentes. Nina é normalmente usado como diminutivo de nomes com essa terminação, como Antonina e Giannina, de origem italiana.
Nina era também o nome da deusa da fertilidade Assíria e Babilônica, divindade padroeira da cidade de Nínive, mas não se conhece ao certo o significado da palavra. Acredita-se que possa significar “cativeiro de peixes”, sendo equivalente à deusa-mãe Ishtar.
Outro possível significado pode ter surgido a partir da língua indígena Quíchua, em que Nina significa “fogo”.
Pode ser também uma variação do espanhol niña, que quer dizer simplesmente “menina”.
Por fim, o nome pode ser considerado por alguns como um diminutivo do nome Ana, e assim receberia o significado de “graça” ou “graciosa”, tal como esse nome hebraico.
Ainda que não seja possível confirmar o seu étimo, trata-se, sem dúvida, de um bonito nome predominantemente feminino, que é popular no nosso país. Além de refletir uma série de simbologias – tal como a do fogo: vida,
iluminação -, reflete os sentidos de dádiva ou oferta.
Uma das personalidades mais populares com este nome é a cantora, compositora, pianista e ativista pelos direitos humanos, Nina Simone.

Origem do Nome Nina

OrigemHebraica, Assíria

 

 

 

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