Orar por Israel na marcha para Jesus?

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*JULIO CESAR DE LIMA PRATES

Há poucos horas o deputado federal CEZINHA DA MADUREIRA, PSD-SP, em entrevista nacional na Jovem Pan anunciava que o evento não era político e aberto a todos os povos: evangélicos, católicos e espíritas. Ademais, em sua fala, anunciou ser o maior evento do mundo, com 2 milhões de pessoas e criticou governos que defendem as drogas, são contra a família e que os evangélicos ali presentes “são pessoas de bem”.

Contudo, embora eu reconheça a grandeza do evento e o que ele representa, não se pode deixar de considerar que ao defenderem abertamente um Estado genocida, gente bandida, assassinos do Estado de ISRAEL, matadores de crianças e mulheres, pois o que fazem em GAZA é um crime contra a humanidade, um desrespeito total aos povos não israelenses, uma faxina étnica, bem ao estilo nazista, tudo se complica nas construções discursivas dos apresentadores do evento e compromete a lisura e a integridade do show para Jesus.

É evidente que o crescimento acentuado dos evangélicos no Brasil e no mundo, inclusive defendendo  como referência o governo de Israel, liderado pelo assassino Benjamin Netanyhau. Se esses assassinos, defensores do purismo racial e da pureza étnica*, são mesmo as referências do pessoal desse evento, está tudo perdido e essa marcha é inútil, pois de um lado criticam os assassinatos e de outro defendem grandes assassinos das forças armadas genocidas de Israel.

(*A pureza étnica é a remoção ou eliminação de determinados grupos étnicos numa região, com o objetivo de torná-la etnicamente homogênea calcada nos conceitos de época do higienismo); fonte: conceito copiado da wikipédia.

 

A pretexto de combaterem o Hamas, grupo de resistência contra a ocupação israelense em GAZA, que é território reconhecidamente Palestino, o governo de Galant e Netanyhau promovem uma carnificina em Gaza, um campo de concentração a céu aberto, onde matam as pessoas por falta de água, de alimentos e incentivam o massacre pela fome. Não sem razão foram denunciados pelo Tribunal Penal Internacional.

Se isso é ser o povo de Deus, os escolhidos, está tudo errado e invertido; é óbvio que o mundo inteiro rechaça esses massacres e a mortandade de milhares de crianças promovidos pelas Forças Armadas de Israel. O número de crianças mortas chegam a 14 mil crianças palestinas, segundo a Diretora Executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, ainda em abril de 2024. Hoje, já falam em números superiores a 18 mil crianças assassinadas pelas forças armadas de Israel. 

Frise-se, por oportuno, que não são todos judeus que concordam com o governo genocida de Netanyhau, existem muitos judeus que são altamente contra o que ocorre em GAZA. Curiosamente, um sobrevivente do holocausto alemão/nazista, Theodor Meron, 94 anos, foi conselheiro do Procurador-chefe  do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, que pediu a prisão do premiê israelense.

Agora, a acriticidade de grande parte dos evangélicos chega a chocar a gente. É claro, existem exemplos louváveis entre os pastores, por exemplo, o Pastor Caio Fábio, o Teólogo Osvaldo Luiz Ribeiro, o Pastor Henrique Vieira de Lima, que é deputado federal do PSOL-RJ, enfim, existem lideranças evangélicas que são bastante críticas e não caem no ralo comum do movimento evangélico brasileiro, submisso aos assassinos de Israel. Mas, reconheço, são exceções.

Enquanto no mundo inteiro surgem jornalistas, escritores, divulgadores da paz, pessoas conscientes que usam a escrita em face desses massacres de civis na Faixa de Gaza, o Estado de Israel, por suas forças armadas, seguem firme na matança de inocentes, fato que envergonha o mundo todo e fulmina com a grandeza histórica das forças armadas do Estado de Israel, sendo que o mais despudorado ataque foi recentemente em Rafaf.

O significado do ato, com essa defesa de Israel, ignorando o genocídio, anula tudo e compromete a lisura da própria Marcha. Jesus deve estar p da cara com os organizadores desse ato em seu nome. Mas não é de estranhar, Hitler era um árduo defensor do Senhor Jesus e sempre foi resguardado pela igreja.

*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro de Editor Internacional  nº 908 225, Sociólogo e Advogado inscrito na SA OABRS sob nº 9980.

 

 

 

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